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O chefe de Estado cabo-verdiano considerou hoje imperativo o acesso a conhecimento científico aprofundado sobre o mar, sublinhando a relevância do Centro de Investigação Internacional do Atlântico (AIR Center), que deverá ser formalizado na cidade da Praia.

"Somos muito mais mar do que terra. Ter acesso a conhecimento científico o mais profundo possível desta área tão vasta é um imperativo e quase um desígnio", disse Jorge Carlos Fonseca.

O Presidente da República falava, na cidade da Praia, perante uma plateia de cientistas, representantes governamentais e empresários de vários países no âmbito do 3.º diálogo sobre o AIR Center, que decorre hoje e na terça-feira.

O encontro, que junta cerca de 300 participantes, deverá marcar a finalização da fase conceptual do referido centro, que será instalado nos Açores, e a entrada na fase operacional daquela que será uma rede internacional de organizações de investigação oceânica e espacial na zona do Atlântico.

"Pela sua importância social e pelo impacto que terá na melhoria do conhecimento sobre o oceano, nomeadamente no que diz respeito ao potencial para o desenvolvimento de Cabo Verde, a relevância do centro é acentuada", sustentou Jorge Carlos Fonseca.

Por isso, o chefe de Estado entende que Cabo Verde "deve envolver-se séria e profundamente" no projeto, considerando que os seus "objetivos de investigação estão em sintonia" com as orientações estratégicas de desenvolvimento da economia marítima no país.

Jorge Carlos Fonseca apontou o Centro Oceanográfico do Mindelo e o Observatório Atmosférico de Cabo Verde como duas das infraestruturas a integrar a referida rede.

"Cabo Verde aposta fortemente no desenvolvimento da economia azul e ressente-se das consequências das mudanças climáticas. A investigação para o desenvolvimento técnico científico e a valorização económica do oceano Atlântico surge como uma oportunidade que deve ser valorada de forma adequada, não só pelo Governo, mas também por outros atores económicos e pela comunidade científica e académica", reforçou.

Para Jorge Carlos Fonseca, uma das "maiores conquistas" que poderá resultar da participação de Cabo Verde "na malha" de organizações que está a ser construída no âmbito do AIR Center é a "possibilidade de os resultados das investigações permitirem o ordenamento do espaço marítimo e a consequente identificação e diversificação de zonas segundo as suas vocações".

"Contribuiria em muito para uma gestão mais integrada da zona costeira bem como para a proteção da biodiversidade, evidenciando as zonas vulneráveis e facilitando a conciliação entre a atividade económica e a conservação do ambiente", disse.

Os avanços na criação do AIR Center desde novembro de 2017, nomeadamente a identificação dos primeiros programas, projetos, parceiros associados e ações de implementação administrativa serão as questões em debate neste 3.º Diálogo de Alto Nível Indústria-Ciência-Governo.

Os dois encontros anteriores, realizados nos Açores (Portugal) e Florianópolis (Brasil), lançaram as bases para a institucionalização do centro, o que deverá acontecer durante a reunião em Cabo Verde, com a aprovação da Declaração da Praia.

O centro conta como fundadores Portugal, que lidera, Espanha, Angola, Brasil, Cabo Verde, Nigéria, Uruguai e a região dos Açores, e como observadores Reino Unido, África do Sul e Argentina.

Portugal disponibilizou já 10 milhões de euros para a fase de instalação do AIR Center, no arquipélago dos Açores, que deverá arrancar até final do ano.

Com Lusa

Comentários  

0 # Cucumber 09-05-2018 11:49
Gostaria de saber qual e a utilidade pratica de um Presidente da Republica em Cabo Verde.
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0 # SÓCRATES DE SANTIAGO 08-05-2018 09:39
"Somos muito mais mar que terra. Ter acesso a conhecimento científico o mais profundo possível desta área tão vasta é um imperativo e quase um desígnio"-Palavras do Presidente da República. Sim, se tudo isto é verdade, pergunto qual é razão de se concentrarem todos os investimentos ligados ao mar apenas numa única ilha-S.Vicente? Será que as outras ilhas de Cabo Verde não são banhadas pelo mar? Ou será que o mar existe apenas em S.Vicente? Qual é o plano do Governo da República para investimentos ligados ao mar nas ilhas de Sotavento? Quando é que o Senhor Presidente da República faz uso da sua "magistratura de influência" para pressionar o Governo da República no sentido de também se criar, e urgentemente, uma ESCOLA DO MAR, aqui na Praia, para servir toda a zona de SOTAVENTO? Repare V. Exa. que isto é uma reivindicação antiga da "PRÓ-PRAIA", da "VOZ DE SANTIAGO" e de outras organizações similares no Sul do País. Sim, há muito mais mar que terra, em Cabo Verde, mas é preciso urgentemente criar condições para que todos os cabo-verdianos, de Santo Antão à Brava, tirem proveito da riqueza do mar, do que hoje pomposamente se apelida de ECONOMIA AZUL.
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0 # Djoncabafum 08-05-2018 07:38
Estas coisas sao para divertir a malta e tirar a atencao de coisa importantes, seja o nível de vida que foi para os descambau.
O Zona como prisidentiiii vem alimentando o seu grupinho TROTSI...... Um grupinho de miúdos com frases bonitas a desgraçar este país.
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0 # Sr. Presidente 07-05-2018 22:43
V. Exa. tem toda a razão. De facto é imperativo o acesso a conhecimento científico aprofundado sobre o mar. Mas também é imperativo o país ter uma justiça que funciona. Ter um Supremo Tribunal que não envergonha os caboverdianos ........
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