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Por: Redacção

Preço do leite aumenta e Governo promete analisar a situação e tomar medidas dentro de 3 a 6 meses para impedir eventuais prejuízos ao consumidor final.

A subida dos preços do leite é derivada do agravamento das taxas de importação sobre os lacticínios e sumos de fruta aprovado em sede do Orçamento do Estado para o corrente ano.

Quem o diz é a empresa Montanhês Cabo Verde que acaba de anunciar na sua página do facebook o aumento do preço do leite em 15%, com efeitos a partir desta data. A empresa justifica que esta subida preços dos seus produtos se deve ao agravamento da taxa de importação de produtos lacticínios e sumo de fruta.

“Informamos aos nossos clientes que a partir de hoje teremos que subir o preço do leite em 15% derivado ao aumento da taxa de importação imposto pelo governo”, escreve a empresa, sublinhando que “será no momento a marca Montanhês na versão meio litro meio gordo e gordo que vão sofrer este aumento, sendo que posteriormente o aumento de 15% vai incidir no pacote de 1 Litro marca Montanhês e marca Frischli”.

A Montanhês Cabo Verde faz questão de informar aos seus clientes que todos os seus leites são de origem certificada, qualidade atestada e reconhecida mundialmente. “Leite Montanhês e leite Frischli são fabricados com leite puro de vaca e não com leite em pó adicionado com água”, avisa.

Perante este facto o Governo já reagiu. O vice-primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, declarou hoje à Radio Nacional que o Governo está atento e que o consumidor final não pode ficar prejudicado.

“Estamos atentos. Estamos a seguir e se houver desvio em relação àquilo que foi os objectivos tomamos as medidas que forem necessárias”, prometeu Olavo Correia, acrescentando que dentro de 3 a 6 meses o Governo terá as informações exatas sobre o impacto desta imposição fiscal e assim adoptar as medidas cautelares necessárias para o efeito.

Que medidas cautelares? “Várias. No âmbito da fiscalização, do controle de preços. Vamos olhar para o início da implementação desta medida e em função dos desvios o Governo tomará as decisões que se impuser”, responde o vice-primeiro ministro de Cabo Verde.

Recorde-se que o agravamento de taxas de importação de lacticínios e sumos de fruta entre 20 a 35% foi aprovado por unanimidade pelo parlamento cabo-verdiano com os votos da maioria (MpD) e do maior partido da oposição (PAICV).

Na ocasião, vozes da sociedade civil se levantaram contra este agravamento, acusando tratar-se de uma lei feita à medida para proteger a Tecnicil Indústria, uma empresa onde Olavo Correia exerceu funções de administrador até à sua chamada para o Governo, em Abril de 2016.

Mas Olavo Correia não vê qualquer ligação entre uma coisa e outra, defendendo que esta proposta partiu da Câmara do Comércio e Indústria de Sotavento, e mereceu o voto favorável da situação e do maior partido da oposição, PAICV.

Com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2018, o leite e seus derivados, como as natas, que de acordo com a actual pauta aduaneira pagam 5% de direitos de importação, vão passar a pagar 20%. Os iogurtes naturais e com frutas adicionadas passam de 20% para 25% e os sumos de frutas não fermentados passam de uma taxa aduaneira de 30% para 35%.

Apesar do mal-estar que tal proposta provocou na sociedade, na ocasião, Olavo Correia, considerou tratar-se de uma “medida para proteger a indústria nacional” ressalvando, no entanto, que esse aumento não poderá refletir-se nos consumidores.

“Os consumidores não podem pagar a protecção da indústria nacional. O aumento de preço nos direitos de importação tem de ser compensado com a produção local para que o preço médio global fique abaixo do praticado hoje no mercado”, havia dito, acrescentando que a medida funcionaria como um teste. “O Governo vai acompanhar com muito rigor a sua evolução e, se não funcionar, será descontinuada imediatamente”, prometera.

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), por seu turno, teria votado favoravelmente a proposta depois de exigir ao Governo garantias de que estes produtos continuarão a existir no mercado em “quantidade, qualidade e preço” adequado.

Cabo Verde é um país fortemente dependente da importação de produtos alimentares de primeira necessidade, sendo Portugal o seu maior fornecedor (46,5% das importações cabo-verdianas em 2016). Os produtos agrícolas e alimentares são o terceiro maior grupo de produtos exportados de Portugal para Cabo Verde.

Comentários  

0 # Jose Barbosa 04-02-2018 17:39
Analizar o impacto entre 3 a 6 meses. Nao sera uma aberração pois o consumidor terá que sofrer as consequências desse aumento durante todo esse período antes que esses moços do governos decidam pronunciar sobre o mesmo. Sera que sao precisos 3-6 meses para ver o impacto da medidas?. Quem vai acarretar os custos desses produtos sao os que tenham que comprar os mesmos a um preço mais alto. Olavo Correia seja honesto e faça o moralmente aceitável!!!
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0 # Cabo verde 01-02-2018 08:57
Porquê a Empresa Tecnicil, se no Dicionário de Olavo Correia consta: governar pela tranparência, na gestão da coisa pública, com sentido de Estado e de responsabilidade. Entretanto, o que é muito estranho é que o Ministro Olavo correia foi Administrador da Tecnicil até o momento em que foi para o actual governo. O meu apelo é para o povo Cabo- verdiano, no sentido de prestar muita atenção nas negociatas deste governo, que está a cheirar muito mal! Há muitas sujeiras debaixo dos tapetes.
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+1 # PEPETELA 22-01-2018 09:39
MARTIN LUTHER KING: “O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas.” Uma questão da moralização da vida política: os preços dos podutos de bases subiram de 15% e todos os consumidores caboverdianos são refens dos projetos privados do Olavo. Há aqui algo de muito grave, uma questão de saúde pública. Os testes que fizemos para a versão "magra" e "gorda" (https://www.youtube.com/watch?v=wtSXmltI5yg) demostraram que os produtos têm altas teores de produtos químicos. PORTANTO O LEITE "VIDA" É UMA LEITE ADULTERADO (formol, soda cáustica e água oxigenada) E PERIGOSO PARA A NOSSA SAÚDE.
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+1 # IAV 21-01-2018 21:19
Estou com uma duvida! O Sr. Olávo Correia não é sócio da Tecnicil? Se assim for está tudo explicado! Os interesses pessoais acima dos interesses do Povo.
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0 # Djosa Neves 20-01-2018 07:48
Quem aumentou os preços dos produtos em 15% deve vir explicar a estrutura de custos dos produtos e de que forma o aumento nos direitos de importação tiveram um efeito dessa magnitude. De forma encapotada, há um APROVEITAMENTO e abuso por quem assim procede. As entidades devem intervir e acabar com esse ABUSO.
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0 # Regabof - O. C. 19-01-2018 22:53
Caros amigos tenho que proteger os meus..... Quando sair do governo volto para a minha querida amada TECNICIL. problema vosso, Tenho um mandatooooo para governar.
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0 # Caty Lopes 19-01-2018 14:24
O Dr. Olavo Correia parece ser um economista nabo e não podia ter a aparencia de uma cenoura; por ter estudado na antiga RDA e fez o chamad curso da Economia Politica. Todo o mundo sabe se for aumentada qas pautas aduaneiras os privados nunca perde, por que aumento os preços dos produtos em igual proporção com a subida da taxa aduaneira, passando essa taxa para os consumidores e por isso a empresa que vende leite fez um aumento de 15%, que passou de uma pauta aduaneira de 5 para 20%. O PAICV não apoiou essa lei de aumento da pauta aduaneira, por ter votado contra na aprovação do OGE. Num paîs civilizado o Dr. Olavo da Cruz, ja estaria na porta da rua do Governo, por conta propria ou por iniciativa do Primeiro Ministro. O Dr. Olavo Correia errou e està perante um erro incorrigível. Caro Djosa Neves se perdeu a oportunidade de fazer estudos de efeitos esperados e os objectivos pretendidos.
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0 # Djosa Neves 19-01-2018 13:17
Sugiro estudarem bem a medida, conhecer os efeitos esperados e os objectivos pretendidos
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0 # PEPETELA 19-01-2018 11:20
"Olavo Correia, considerou tratar-se de uma “medida para proteger a indústria nacional” ressalvando, no entanto, que esse aumento não poderá refletir-se nos consumidores" e ainda “Os consumidores não podem pagar a protecção da indústria nacional. OS CONSUMIDORES CABOVERDIANOS ESTÃO A PAGAR EXCESSIVAMENTE O QUE NÃO EXISTE. SECORRROOOO ADECO
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0 # Consumidor 19-01-2018 00:15
Mais uma prova da palhaçada. Estão a brincar com os cabo-verdianos. Num país fortemente dependente da importação, os dito "iluminados" tem a triste ideia de agravar a taxa de importação de leite e seus derivados e sumo de fruta, justamente num ano de crise provocam pela falta de chuva, com o argumento de proteger a produção nacional. Resta saber se é para proteger a produção nacional ou grupo de amigos. O mais estranho ainda é o facto de nem a insegurança alimentar, seca que atinge o país foram capazes de fazer esses governantes pensarem um pouco no povo tomando medidas para lhes proteger. CASO PARA DIZER QUE OS PRINCÍPIOS DA DEMOCRACIA ESTÃO TOTALMENTE POSTOS DE LADO - " NA DEMOCRACIA O GOVERNO TOMA MEDIDAS EM NOME DO POVO E PARA O BENEFÍCIO DESTE. O qu se assiste, hoje, no nosso país é um governo que toma medidas que vão sempre contra os interesses e expetativas da população. NÃO TEMOS Animais SUFICIENTES, NÃO PRODUZIMOS FRUTAS SUFICIENTES PARA O CONSUMO AGORA JÁ ESTAMOS A PENSAR EM TRANSFORMAR FRUTAS EM SUMO.
AUMENTAM TODO TIPO DE TAXA MAS A MELHORIA DO SALÁRIO NEM SE FALA.
Haja paciência.
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0 # IAV 18-01-2018 22:46
A Verdade é que a empresa já disse que os custos vão ser repassados (ou repartidos) para (com) os consumidores! Agora alguém me ajuda a entender como é que não vamos ficar prejudicado. Acabei de abater as minhas vacas e vendi a carne por um preço de 400$/kg. Que desgraça!
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