Pub

emanuel barbosa

Cabo Verde tem experimentado dificuldades em fazer emergir da política figuras supra-partidárias. A curta história democrática da Nação cabo-verdiana tem sido conformada por ambientes políticos marcados por confrontações partidárias excessivas, dos quais as mais altas figuras políticas do país, nomeadamente os ex-governantes, não têm podido livrar-se. Estes não têm sabido demarcar-se o suficiente das pequenas questíunculas da política doméstica para se poderem constituír e se reservarem enquanto activos do país e não dos partidos políticos. Produzem opiniões partidarizadas, sectárias e, não poucas vezes, tendenciosas. Aliás, quase sempre, a intenção é protagonizar a polémica com alguma dose de conflitualidade pelo meio. Alguns, em função das suas personalidades, são, per si, figuras controversas. Para estes, o caldo político nacional é apenas um adicional para catalisar esta propensão para a polémica e para o conflito e, igualmente, funciona como ambiente propício para que pessoas desta natureza se realizem na política da guerrilha, do bota abaixo, da obstaculização, da intriga, do rancor, dos ajustes de contas e da vingança.

A figura do José Maria Neves, ex-Primeiro-ministro de Cabo Verde, encaixa no quadro acima descrito. Hoje, poderia estar a afirmar-se como uma figura de Estado, de âmbito, quiçá, internacional. Porém, infelizmente, não se consegue desenvencilhar da sua dimensão “paroquial” e não deixa de ser tão somente o José de Santiago, desbaratando os 15 anos de investimento que o país fez na sua pessoa.

Desde que deixou o cargo de Primeiro-ministro, o José tem estado a preparar, digamos assim, com alguma subtileza e perspicácia, a sua candidatura para Presidente da República. Até aqui nada de anormal. Ademais, é um direito que lhe assiste e decorre do princípio da universalidade da Constituição da República.

A sua estratégia e o respectivo plano para se fazer à Presidência da República estão à vista de todos, não obstante, ainda, não ter assumido explicitamente este projecto que, com certeza, é o seu maior sonho político.

As acções que aqui e ali vem desenvolvendo não são obras do acaso, mas enquadram-se num plano há muito delineado e que vem sendo executado à luz de um guião que foi idealizado e criado pelos seus assessores, “aprendizes de feiticeiro” da Comunicação e do Marketing Político.

Nessa linha, criou uma fundação para angariar fundos e ter visibilidade em conferências e palestras de âmbito nacional e internacional.

Faz de tudo para se apresentar como o grande líder da oposição, com o fito de federar à sua volta aqueles que não se revêem no MpD. Outro objectivo é o de ocupar o espaço de Janira Hopffer Almada, remetendo-a para uma dimensão menor, para que em 2021 esta não esteja em condições de impor ao PAICV outro candidato que não seja ele.

É neste quadro que se justifica a intensidade com que tem publicado no Facebook, num permanente ataque ao governo e com níveis de hostilidade fora do comum. E é aqui que o seu comportamento foge ao padrão da normalidade, pois aparenta excessiva obsessão para o cargo de Presidência da República, apresentando este objectivo como um caso de vida ou de morte, ao mesmo tempo que em passo contínuo elege Ulisses Correia e Silva como o alvo a abater, socorrendo-se de linguagem agressiva para atacar as medidas políticas do actual governo. Deixa claro que a razão maior que sustenta a sua vontade em ser Presidente da República é para ficar em posição de poder fazer “vida negra” ao Governo que os cabo-verdianos legitimamente escolheram nas eleições de 20 de Março de 2016.

Que ninguém tenha dúvidas que é essa a intenção maior, senão a única, que move o José. Com efeito, quer ser Presidente da República não para ser o mais alto magistrado da Nação, mas, sobretudo, para se vingar das derrotas eleitorais que o PAICV sofreu. Não devemos perder de vista que o maior derrotado nas eleições de Março (apesar de não ser candidato) foi precisamente José Maria Neves, porquanto foi o insucesso da sua governação que foi escrutinado e chumbado nesse fatídico dia para o PAICV e para o José. Um dia que foi, paralelamente, também de esperanças e certezas para os cabo-verdianos.

As esperanças do José em vir a ser Presidente da República ancoram-se na sua convicção de que, no momento da escolha do candidato a apoiar, o MpD irá dividir-se e, assim, estender-lhe o tapete vermelho para o Palácio do Plateau. Confia que o MpD cometerá o erro crasso por ele cometido em 2011 quando, contra todas as previsões, preteriu Aristides Lima e escolheu o seu homem de mão Manuel Inocêncio. Com isto, semeou a tempestade no seu partido, gerou a divisão nunca dantes vista no PAICV que era tido como um partido coeso e resistente às crises. Mais do que isto, revelou-se um mau líder, alimentador de conflitos grupais, promotor de intrigas internas e implacável para com aqueles que não lêem pela sua cartilha.

A prenda que espera do MpD, na certa, que não vai ter. Pois o MpD, com as crises do passado, que soube muito bem resolver e das quais tirou os ensinamentos que se impunham, ganhou uma grande maturidade institucional e os seus dirigentes atingiram um nível de consistência politica capaz de evocar a razão e a sapiência na hora das decisões importantes, posicionando-se como um partido de causas e não de coisas ou pessoas, pelo que o cenário de divisão é remoto.

Aliás, uma eventual candidatura do José vai unir o MpD ainda mais no objectivo de inviabilizar um Presidente de República de uma facção e contribuir para que o país tenha, de facto, um Presidente de República de todos os cabo-verdianos e de toda a Nação. Haverá uma maior união no MpD para que o Presidente eleito seja uma figura que coopere com o governo e que tenha capacidade de convocar e mobilizar a Nação cabo-verdiana para o desafio de fazer o país atingir patamares de desenvolvimento nunca dantes conhecidos. Seguramente, esta figura não será o José, um homem de mente totalitária, sectário, conflituoso, de visão restrita, sem sentido de Estado e incapaz de se libertar das altercações partidárias para se elevar e se colocar na dimensão do país e dos seus desafios.  

A sorte de Cabo Verde é que os 15 anos que o José esteve como Primeiro-ministro deram para os cabo-verdianos conhecerem muito bem a sua personalidade. Hoje - estou certo -, pelo conhecimento que os cabo-verdianos têm do José, jamais o escolheriam para Presidente. Não o escolheriam porque não querem no mais alto cargo político alguém rancoroso e com espírito de vingança e que vai usar o cargo de Presidente de República para revanchismos e oposição ao Governo, para criar crises institucionais, para adiar o desenvolvimento do país que nos próximos tempos precisa entrar em velocidade de cruzeiro para se libertar das nefastas heranças deixadas pelo José.

O José, em suma, é uma figura provinciana que conjunturalmente liderou o PAICV e chegou a Primeiro-ministro, mas que dificilmente chegará a Presidente da República, porque hoje é sobejamente conhecido. Pelo que, por mais que na campanha venha a recitar poesias e a proferir discursos ao seu estilo, ora inflamados, ora mansos, não mais conseguirá colher a preferência dos cabo-verdianos.

Os 15 anos de efabulação e devaneios, de logro e de ilusionismo, em nada deram e, hoje, o país reclama por novos desafios que devem ser liderados por novos actores, por quem, realmente, tem compreensão destes novos tempos e dos novos anseios e ambições dos cabo-verdianos. E o José, definitivamente, não cumpre com os requisitos exigidos. É um produto com defeito e fora de prazo!

Comentários  

0 # Mila 04-01-2018 21:49
Emanuel cá bu liga guentis de PAICV es tá bem li di montão pa agrediu di td forma cá bu desiste bô é ma forti k sês dor pamodi dor é tcheu, és cá crê custuma, e és cá crê entendi ma ses lugar hoje , ê na Oposição tanto és com sês José Maria Neves
Responder
0 # Mila 04-01-2018 21:44
Bom artigo screbi sempre Emanuel Barbosa djudanu esclarecenu midjor tudo sobre PAICV e kel José Maria Neves k promete cabo-verdianos navio na mar k xinti vergonha candidata à presidente djunto cu JCFonseca pamodi e sabia ma é cá tinha chance, gossi cu tempo é pensa ma djal squecedu, flal ma nu ca tá squeci nunca ma é tchomau di BURRO NA LADERA! É podi bem nu tá speral cu quel nau certo.
Responder
+1 # Chupetinha 27-12-2017 16:47
Bem, Emanuel, pelos vistos, o Sr. more de amor para com o Zé Maria. Ocha lá que, com essa determinação, na próxima "remodelação" o Ulisses lhe arrange umas chupetinhas no governo. Um Ministério de Perseguição de Todos Quantos Tem um Pensamento Próprio e Patriótico (MPTQTPPP) dava-lhe um grande jeito.
Responder
+1 # Isauro 27-12-2017 15:43
Ze di bibi. Ele nao tem desmascarado o JMN mas a sua propria cabeça que a cada escrito mostra ser um ressabiado e que morre de amores por ele. Nos seus sonhos mais ambiciosos a unica coisa que lhe deve vir a cabeça é que "quando eu for grande eu quero ser o novo JMN de cabo verde". Mas vendo a sua impotencia e incapacidade nao lhe resta outra alternativa senao bater e bater ate mais nao poder tentando depurar as suas frustraçoes. Froid explica. Na falta de um Froid resta-lhe o manuel faustino.
Responder
+1 # Caty Lopes 27-12-2017 15:30
Esse artiguelho do senhor Emanuel Barbosa, se aparece ser de um homosexual apaixanado por José de Santiago e que quer atrai-lo a todo o custo para matar o seu vicio biologico. O José de Santiago nunca se perdeu uma batalha nas legislativas realizadas de 2001 a 2016 e ficou com a carata branca para se concorrer à Presidência da Republica. Nôs sabemos que o doutor JMN não tem a pretenção de concorrer à Presidência da Republica e não precisa de se esforçar para escrever artiguelhos dessa natureza anti-democratica e no estilo literario do doutor Casimiro de Pina. Poupa-nos com esse seu artiguelho de chiça e de ora [censurado].
Responder
0 # Zézé Di Beti 27-12-2017 14:46
Grandes artigos com grandes reflexões sobre mais diversos ângulos contemplando o JMN.
Pode-se não gostar. Pode-se não concordar. Mas, é merecedor de uma leitura atenta para em última instância ser rebatido com argumentos e não ser atacado apenas por atacar. Vejo que este Emanuel Barbosa não é bem quisto pelas gentes do PAICV. Será apenas porque tem desmascarado o JMN ou é porque o PAICV vê nele qualidades?
Eu tenho gostado e vou continuar a ler e espero mais artigos também sobre outras temáticas.
Responder
+1 # Alexandre D. M. 27-12-2017 15:48
Caro amigo
Zézé Di Beti
Esse senhor não quer crescer. Infelizmente, não! Teima em apedrejar-se uma mangueira carregada de frutas, mas não para saciar-se, mas sim, para denigrir os próprios frutos dígnos de consumo... E uma coisa é certa: para aquilo que ele foi eleito, talvez, é demasiado pequeno para o ter motivado. Paciência!
Responder
+1 # Zézé Di Beti 28-12-2017 08:24
E porque lhe apedrejam? Será por ser uma boa mangueira carregada de manga?
Não podemos ver as coisas só da nossa perspectiva porque os outros também sabem ver e fazer leituras. Não sejamos fanáticos. Cada com o seu partido, mas honestidade de pensamento exige-se.
Responder
+1 # Enfadonho 27-12-2017 14:28
ÓOOOH Emanuel, tás de volta pa! Que gajo enfadonho.
Responder
+1 # Ze tonto 27-12-2017 13:28
Este deputuga ama Ze Maria. Trata-te ou declara-te rapaz, afinal já percebemos o teu odioso quanto ao 200 % contra casamento GAY.
Responder
0 # O Libertino Liberto 27-12-2017 12:22
PALÁCIO DA VÁRZEA: O REVANCHISMO NÃO FICA À PORTA.
Ter sido um subalterno menosprezado nos corredores do Palácio da Várzea é um espinho na carne de Emanuel Barbosa. Tanto lhe é o incómodo que não escreve outra coisa senão JMN. Essa inglória cruzada contra JMN nem mossa ou incómodo faz ao visado, que nem cartão lhe passa. A patética figura que aqui insiste em fazer, só lhe é ultrapassada a torpeza de um de[censurado]do que viu gorado a sua pretensão à Presidência da CEDEAO, que foi sobejamente conhecido pelos desfiles de nudez no Fogo e que no parlamento tentava contrapor a sua virilidade à do JMN. Muito a perder tem o de[censurado]do Barbosa se não mudar a tónica da sua escrita. Esqueça JMN, não lhe será rampa de lançamento. A sua luta é no seio do MpD/Praia, pela afirmação pessoal. Tarefa que lhe será muito difícil porque brilhantismo e toque é o que lhe falta
Responder
+1 # piriquito 27-12-2017 13:45
Ok Libertino ainda não te libertaste.
Deixa o Barbosa falar porque tem direito a isso.

Recordação do Zé ainda está na nossa mente,não é Leta?
Responder
0 # BLA BLA 27-12-2017 12:05
um ka ta intendi di politica ma djam percebi, nhos sta ku bom strategia, nhos teni medo di Jose como PR, asim ku es artigo li nhos ta poi povo contra el, pq um PR ki é di PAICV é problema pa nhos, nhos é um di MPD pa nhos fazi kuze e disfazi, pq ki nhos sta ta priocupa si el sta ta bai candidata ou não?
Responder
0 # Didi 27-12-2017 11:13
Este artigo é claro e legitimamente objectivado para colocar arreia na engrenagem do JMN. Pois sabe o MPD da ambição do JMN e das fragilidades intrínsecas de uma candidatura dele, depois de ter gerido o PAICV da forma como fez, comprometendo a careira política dos seus companheiros de antanho para entregar o PAICV nas mãos de namoradinhas, amantes e jovens serviçais que tanto trabalharam ao serviço de JMN para distruir e aniquilar muitas figuras importantes da história do PAICV, levando o Partido para a situação em que se encontra. De facto a engrenagem de JMN tem já muita arreia e ninguém informado pode duvidar da sombra tenebrosa de Aristides Lima sobre a pretencao do José. Haverá muitos outros PAIcevistas à espera de vingarem o JMN e ele sabe-o muito bem. José Maria Neves deve, abstrair-se dos conselhos do Emanuel e das infantilidade da Janira e prosseguir o caminho de ajudar a reerguer o PAICV. É esse o único caminho para favorecer a unidade do PAICV sem o qual nem autárquica, nem legislativas e pior ainda para as Presidenciais, seja candidato quem for, na área do PAICV. O trabalho é árduo porque também JMN foi bem safadinho com muita gente!
Responder
+1 # Djose 27-12-2017 09:17
Qual é o problema desse Senhor. JMN é livre de ter ambição de chegar à presidência da República como qualquer outro cidadão CV, se preenche os requisitos legais. Este artigo demonstra que JMN começa a tirar sono de alguém é que ele não é qualquer um. Isto não engrandece o MPD,. Pare homem!
Responder
-2 # jdimingas 27-12-2017 11:33
Eu acho que ele tem direito de chegar a PR como qualquer outro cidadão, mas este senhor não está e tirar-lhe o direito e nem tem competências para isso porque estamos num estado democrático. Mas o que é que o Djose disse sobre post do JMN a tentar fazer leitura política do e a prever o futuro, pegando na remodelação que foi feita pelo MPD? o Senhor por acaso disse alguma coisa?
Responder
0 # Poulo Jorge 27-12-2017 13:42
Emanuel Barbosa meste consulta um psicólogo urgente, kel doença de sel li e cá normal , nem aí MPD Sta pagaba el pe fazi kel papel li e cá normal. Cuidado Emanuel Barbosa. Djobe bem lá se Bu ca sta apaixonado pá José Maria Neves . Kel obcesao la e caso de amor não correspondido e cá só inveja.
Responder
+2 # Manuel Gonçalves 27-12-2017 08:54
Homi: pa artigus e discursos di nhô, ta parci ma nhu tem coraçon neeegro....
Responder