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Por: Lino Magno

Lino Magno Colunista

O ano 2020 foi marcado pela maior crise mundial, com consequências inimagináveis. O mundo parou e a sociedade global deixou de ser aquela que sempre foi. Sob os auspícios da dor; da perda; da calamidade e do desespero. Com repercussões profundas e procura de respostas positivas ou definitivas. Recuperar a imagem que o mundo foi é quase uma miragem. O mundo mudou e cada sociedade deve ter essa consciência. A pergunta crucial seria: Qual deverá ser a nossa visão diante da presente realidade? Continuamos em pânico ou mudamos a mente? Viver á sombra de um passado caótico? Ou dar novos passos, acreditando num novo tempo?

Vencer é um imperativo! O cenário mundial aponta-nos para um caminho repleto de enigmas; um composto imaginário paradoxal. Urge repensarmos a trajetória e refletirmos novos parâmetros. É evidente, que a sociedade jamais será a mesma. Seria uma ilusão cogitar que nada mudou e que vamos continuar o mesmo. Tudo mudou! E esse novo quadro paradigmático, requer de nós novos olhares e nova visão.

Os processos neurológicos devem renascer de uma forma completamente diferente. Significa, que a nossa mente e todo o seu composto cognitivo (a memória e a capacidade intelectual), devem orquestrar novas respostas. A mente e toda a sua capacidade inerente, neste presente cenário conjuntural, deve processar um novo padrão de pensamento. Perante as grandes transformações sociais, econômicas e antropológicas, a postura mental e nacional, deverão processar novos olhares. Implicaria um novo senso de luta e resiliência.

Certo, que a sociedade nunca será a mesma, num pressuposto possível, para um "novo modelo mundial". O que significa que a sociedade global precisa incorporar uma nova consciência, para um novo caminho e "novo mundo".

Não há nenhuma resposta que trave essa "inovação"! Há quem não esteja consciente e nem preparado para esse novo cenário social (novas plataformas e paradigmas). Infelizmente, ainda estamos à sombra de ambiguidades, incertezas e incógnitas.

A coragem, a fé consciente e o poder da razão devem prevalecer face ás profundas mudanças. Perante o cenário categórico, não deixemos que as incertezas ofusquem a nossa esperança. Mudança gera mudança; desafios geram desafios. Urge-nos um combate tenaz no campo intrapessoal e um posicionamento enérgico. Ficar pelo caminho, nunca! Encarar a realidade é a posição assertiva. Permanecer á sombra da ilusão e do desespero, jamais.

Comentários  

0 # Selucreh Obol 12-12-2020 17:32
Caro professor,
A maior tragédia de Cabo Verde foi a tal independência total em vez da autonomia.
Hoje, de certeza absoluta estaríamos melhor com os incentivos da UE e uma plataforma de financiamento estável para os diversos programas sociais e econômicos. Não perderíamos a nossa liberdade nem a nossa cultura ou tradições à semelhança das Guianas Holandesas e Francesas, do Arquipélago Tristao de Cunha ou os Açores ou a Madeira. Teríamos opções para viajar sem o visto para qualquer país europeu em busca de uma vida mais digna e teríamos acima de tudo hipóteses de escolha, melhor educação e uma melhor perspectiva de um futuro melhor. Hoje, 45 anos depois desta tal independência temos 50% de desemprego ou sub-emprego e a mesma percentagem de almas a viverem na pobreza absoluta.
Que independência?
Que futuro ?
Abraço
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0 # Selucreh Obon 14-12-2020 06:44
Amigo, quando essa tal independência aconteceu, mais de 90% de Cabo Verdianos eram analfabetos. Hoje a taxa é de quase 0%.

Você nasceu pá ser escravo, nos respeitamos. Mas, respeite, de igual tom, aqueles que escolheram ser livres.

Autonomia e a tua liberdade.
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0 # Selucreh Obol 14-12-2020 22:54
Irmão
A escravatura tem muitas facetas. Infelizmente não sei o que está exactamente a referir-se quando chama-me de escravo.
A tal independência foi imposta e nós todos sasabemos hoje que o referendo foi derozmente rejeitado pelos então chamados “os melhores filhos do nosso povo”. Pelo que sei e pesquiso todos os dias os Açorianos, os Madeirenses, os Guianenses não são escravos. Pelo contrário. Têm uma qualidade de vida invejável e acima de tudo têm opções que os nossos irmãos Crioulos não têm. Vá falar desta tal liberdade à grande maioria dos Caboverdeanos que vivem na pobreza absoluta e sem opções para o futuro. O que é ser livre para si então? Nascer e viver na miséria? Vá perguntar aos Crioulos que gastam uma fortuna para obter um visto e assim sair da pobreza em que vivem. Vá perguntar aos milhares de emigrantes que vivem neste mundo afora o que quê que esta sua liberdade trouxe para os seus filhos.
Se o Senhor nasceu para viver sem opções e sem futuro, respeito. Mas pelo amor de Deus vai dar lições de moral e de liberdade a outrem. E digo mais, acho que é uma vergonha descarada dizer que em quase meio século de esta tal liberdade só conseguimos dar a 80% de uma população activa de 300,000 almas a luz da alfabetização.
Sinceramente companheiro.
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