“Tivemos durante o ano 2017 uma redução de assaltos e agora em 2018 está-se a confirmar com uma redução do número de homicídios que ronda os 30% a nível nacional e na Cidade da Praia, em particular, a volta de 53%”
Fernando Elísio Freire
Ouvir o Ministro dizer que o Pais é seguro quando 6 pessoas desapareceram há uns meses , entre as quais cinco crianças e até hoje não se sabe de nada, é uma ofensa a essas famílias. É uma falta de sensibilidade cruel.
Na óptica estatística do ministro Elísio Freire, Cabo-verde é um País seguro. É tão seguro que irão fazer “reforço de novos efectivos, aumentar o grau de operacionalização e reunir no dia 30 de Maio para a realização do conselho Nacional de Segurança”.
Nenhum crime deve ser avaliado por um político como “caso” e pelo uso das percentagens (%) ou valores relativos. Se 10 pessoas foram assassinadas em 4 meses não pode ser interpretada como 0.1%. Relativizar assassinatos através da estatística política é desumano.
A insegurança num País não nasce de um dia para outro. É um processo com causas, efeitos, consequências e é transversal. E, um País que perdeu a sua segurança e Morabeza nos últimos 17 anos, merecia um debate mais sério, envolvendo todas as partes da sociedade. Em vez de os dois partidos; com responsabilidades na matéria, estarem a discutir de quem é a culpa ou quem é o mais/menos responsável pela situação, deveriam procurar saber junto dos especialistas as causas e tentar resolver esse problema. Mas quando o Politico é também técnico e quem decide é o político, torna tudo mais difícil.
A segurança em Cabo-verde é avaliada pelos políticos através de dados estatísticos. Só que os dados estatísticos não são baseados nas opiniões (sondagens afim de saber a percentagem de cidadãos que levaram caçobody) dos Cidadãos e todas as ocorrências aos Hospitais. É medida oficialmente, tendo em conta as pessoas acusadas pela Justiça ou mortas. Por isso que a Lei não é alterada e continua “amiga das armas”.
Da mesma forma que o desempregado de longa duração desiste de ir à procura do emprego por já não acreditar nessa possibilidade, o cidadão não apresenta queixa da ocorrência por acreditar que a “lei é amiga das armas” e dos criminosos. Assim, a estatística política (oficial) substitui a estatística técnica (real) e o índice melhora.
Num Pais que diariamente alguém é assaltado e semanalmente alguém é morto, e há mais rapidez em condenar um polícia por declarações (desabafo) sobre a situação real do País do que um criminoso, é assustadoramente seguro.
A mais recente vitima dessa segurança do Ministro Elísio Freire foi um Jovem de pouco mais de 20 anos, recém-licenciado, assassinado a queima-roupa em Achadinha, por segurados caçobodistas.
Ouvir o Ministro dizer que o Pais é seguro quando 6 pessoas desapareceram há uns meses, entre as quais cinco crianças e até hoje não se sabe de nada, é uma ofensa a essas famílias. É uma falta de sensibilidade cruel.
Embora não seja nada de novo por essa banda: no dia em que se anunciou o desaparecimento de mais uma criança, enquanto o país rezava, um deputado sem noção (autointitulado ultracristão) e SG de um Partido, estava a publicitar o futebol, mostrando a sua faceta cínicamente católica/religiosa.
Ouvir o Ministro dizer que o País é seguro, é desrespeito as dezenas de pessoas e cidadãos Caboverdeanos que foram assassinados brutal e inocentemente e uma insensibilidade aos sentimentos das suas famílias. É desrespeito à vida e ao luto considerar que esses são “casos pontuais que acontecem”.
A não ser que considere o nosso seguro arquipélago apenas os Hotéis, Prainhas, Platõs, Palmarejos, Cidadelas, Pracinhas do Mindelo etc, antes de dizer que “Cabo Verde é seguro e tranquilo, por isso apela a todos que queiram visitar este arquipélago, o façam e circulem com tranquilidade“. Eu deixo-lhe a sugestão que saia a partir das 19h (ou antes) e dê um passeio a pé: pela Achadinha, Achada Santo António até Terra Branca, Vila Nova, Safende, Tira-chapéu, Castelão, Ponta d´água, Cobom, Calabaceira, Kelem, Paiol/Fazenda, São Bento (assomada) etc, e verá o quanto seguro somos e estão as pessoas. De preferência, leva o seu telemóvel e a carteira, pelo menos lhe pode salvar a vida.
Um dos problemas dessa falta de perceção e do conhecimento da realidade do País, é que a classe política anda desligada da população e da vida quotidiana.
No recanto dos seus lindos Prados, motoristas e ar condicionado, das suas vivendas ou apartamentos com Polícias ou Seguranças, no percurso habitual e único de ida e volta sempre no litoral até o trabalho, fazem o retrato do (seu) País. Quando não está (ão) nesse seu mundo laboral diário, perfeito e seguro, vão entrincheirar nos seguros hotéis das ilhas (daí esse imaginário seguro arquipélago) ou a visitar o paraíso seguro da Europa e da América do Norte. Quando um Politico não sabe ou não quer pôr na pele dos comuns cidadãos; ignorando conscientemente por influência politica toda a realidade à sua volta, só podemos concluir que o que lhe interessa é a sua boa e segura vida e, dos seus. Não é por acaso que o homem é deputado há 20 anos. Está Seguro e safety.
Nunca as Estatisticas oficiais espelharam a realidade da Seguranca dum Pais. Quem assim diz mostra ignorancia em conhecer a Seguranca Publica ou quer tapar o Sol com a peneira . Ha a seguranca na otica dos Governantes e ha a Seguranca na otica do Povo. Os mandoes nao preocupam saber das Cifras Negras da criminalidade. Deviam pedir explicacoes aos Chefoes da PN sobre as cifras negras, para ficarem mais informados sobre a Seguranca dos cidadaos.
Uma coisa e certa, se nao houvesse Inseguranca colectiva nao se reunia o Conselho Nacional de Seguranca.
Obs! alguma de Til, cedilha, acentos e originado por problemas no Tablet.
De português, e dos bons?
São os espantados deste pais que faz c q as coisas continue como está.
Sr. Espanto escreve publicamente e crítica Samilo ocorrigindo-o.
Ďé a cara ou não comente.
O nlmal de CV é esse perfeitos atrás do anonimato