
Será que os cabo-verdianos estão perante um acto lesivo aos interesses do país? O Loftleidir Icelandic Group é que decide quando e quem deve saber a quantas anda a gestão de uma empresa suportada pelos bolsos de todos os cabo-verdianos. Em 3 anos, Cabo Verde vai pagar perto de 270 mil contos só em remunerações dos gestores da companhia Icelandair.
Na primeira semana de Agosto, foi tornado público que o Governo de Cabo Verde assinou um contrato com Loftleidir Icelandic Group para gestão da TACV. Ninguém conhece os termos deste contrato. Nem mesmo o Parlamento, que tem a nobre missão de fiscalizar os actos governativos.
O Governo não partilhou o referido contrato com os demais órgãos do poder político porque está impedido de o fazer. Existe uma cláusula de confidencialidade que proíbe o Governo de partilhar este documento.
Segundo as fontes de Santiago Magazine, perante as insistências da oposição, sobretudo do PAICV, o Governo, pela boca do ministro das Finanças, Olavo Correia, viu-se obrigado a quebrar o silêncio, informando sobre a confidencialidade do contrato que o coloca numa posição embaraçosa, pois vinculado aos caprichos da outra parte - Loftleidir Icelandic Group – que deve autorizar ou não a partilha de informações sobre o acordo.
Será que os cabo-verdianos estão perante um acto lesivo aos interesses do país?
Este contrato tem a duração mínima de 12 meses e máxima de 36 meses. O Governo é obrigado a assegurar as remunerações da equipa de gestão alocada a este processo, no montante de 75 mil dólares mensais, acima de 7 mil contos cabo-verdianos.
Em 12 meses, o Governo de Cabo Verde vai pagar só em salários dos gestores do Loftleidir Icelandic Group, 900 mil dólares, ou seja, cerca de 90 mil contos. Se o contrato se estender para a sua validade máxima, que é de 36 meses, Cabo Verde estaria a gastar 2 milhões e 700 mil dólares em remunerações dos referidos gestores, qualquer coisa como 270 mil contos.
Este mesmo contrato obriga Cabo Verde a pagar 100 mil dólares para a aprovação do Plano de Negócios, sem contar outras despesas reembolsáveis que não estão especificadas.
Em declarações à imprensa no dia 10 de Agosto, o ministro da Economia, José Gonçalves, afirmava que já a partir do dia 14, esse plano de negócio começava a ser implementado e que haverá uma fase de redimensionamento da empresa e seu posicionamento para relançar o novo negócio do “hub” aéreo.
Gonçalves disse ainda que a empresa vai avançar já com dois aparelhos boeing 757, mas que o plano de negócios prevê até 11 aviões para Cabo Verde.
“Muito brevemente a TACV deixará de ser um fardo e uma fonte de preocupação e dívida para o Estado e passa a ser um modelo de economia e gestão optimizada para melhor servir o país e os seus clientes”, garantiu aquele governante.
Logo a seguir, ou seja, no dia 11 de Agosto era anunciada a nomeação do novo “patrão” dos TACV. Trata-se do cidadão português, Mário Chaves, e iniciou funções imediatamente. Dois meses se passaram e tudo continua em silêncio. Ninguém sabe o que se passa na empresa.
A desmotivação é geral. O Governo assumiu que vão ser despedidos entre 200 a 260 trabalhadores. Até este momento não se sabe quem são esses trabalhadores e quando é que isso vai acontecer.
No dia 21 de Setembro foi publicado o decreto-lei nº 45/2017,de 21 de Setembro, que estabelece o regime jurídico da privatização do capital social da empresa e aprova o caderno de encargos que regula os termos e as condições de venda directa.
Depois disso, não se viu e nem se ouviu mais nada. Na empresa, tudo parado. O que vai acontecer amanhã? Apenas duas entidades sabem – o Governo e o Loftleidir Icelandic Group. O Parlamento não sabe. Os Partidos Políticos não sabem. A comunicação social não sabe. E os cabo-verdianos não sabem.
Porquê? Porque há um acordo de confidencialidade onde o Loftleidir Icelandic Group é que decide quando e quem deve saber a quantas anda a gestão de uma empresa suportada pelos bolsos de todos os cabo-verdianos.













Sobre este artigo ainda não vou fazer nenhum comentário. vou esperar para ouvir primeiro o Emanuel Barbosa. Através de um artigo ou através de um comentário.
Só depois de 2 dias caso não o fizer vou fazer eu.
A bem de Cabo Verde
Espero que Santiago Magazine esteja enganado. Se não estiver é muito grave. Anteriormente ainda a TACV andava a fazer alguns trocos nas rotas internas e internacionais. Há mais de um mês com o EMIGRANTE em terra os cofres do estado é que estão a assumir todos os custos de uma empresa moribunda. Que raio de medidas são essas? Alguém sabe explicar?
Este Ministro mais parece pária do que homem.
Ulisses me envergonha cada dia que passa.