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Por: DRC

Jorge Santos 1

Esta reforma parece kalko lobo – uma forma de dar um kasso bodi no dinheiro do povo, aumentando a tabela salarial dos deputados. Os cabo-verdianos devem ficar de olho porque os políticos querem comer a carne e chupar o osso! Tudo na calada da aprovação da Reforma do Regimento da Assembleia Nacional

Foi aprovado ontem, com 66 votos a favor e um voto abstenção, o novo Regimento da Assembleia Nacional. A partir de agora, as sessões vão passar a ser quinzenais. Segue-se a isto, o aumento de visitas aos círculos eleitorais e uma desenfreada corrida aos fundos públicos, como ajudas de custo, despesas de representação, aluguer de viaturas, entre outras “comedorias” lá pelas bandas da casa parlamentar.

O parlamento cabo-verdiano consome anualmente qualquer coisa como 700 milhões de escudos cabo-verdianos, frutos do suor de todos nós. Isto num país onde, a crer nas palavras de Olavo Correia, ministro das Finanças, 40 por cento da sua população não tem uma conta bancária. Ou seja, do ponto de vista económico-financeiro, quase metade da sua população vive á margem de qualquer possibilidade de investimento e de melhorias das suas condições financeiras e de vida. Porque não tem acesso ao rendimento, e quando consegue alguma remuneração, esta queda-se nos mínimos dos mininos possíveis.

Estamos a falar de um país em que um parlamentar custa, em média, à volta de 240 contos mensais aos cofres públicos. Este dinheiro corresponde a 22 salários mínimos. Estamos a falar de um país onde o desemprego real - sem esses subterfúgios do INE – atingem mais de 40 por cento da população. Ou seja, estamos a falar de um país, onde o grosso da população vive de expedientes porque não tem acesso ao dinheiro, pela via de um trabalho digno e de um rendimento digno.

E é este país que suporta uma das democracias mais caras do mundo. O parlamentar cabo-verdiano tem salários, subsídio sobre salários, ajudas de custo, subsídio para tratamento, comunicação, aluguer de viatura quando em visitas de trabalho. Ou seja, é um cidadão diferente do resto dos cabo-verdianos. O político cabo-verdiano é um cidadão especial, que se posiciona muitos degradaus acima dos restantes cabo-verdianos.  

Podem até ser especiais. Neste país existe um pouco de tudo. Mas isto de kasso bodi no dinheiro deste povo já não. Basta! O povo não pode ser saqueado desta forma, sobretudo por quem ele escolheu para protegê-lo. 

Comentários  

0 # Mendes 04-08-2017 12:01
O povo de Cabo Verde não está bem representado nem no Governo nem no Parlamento.
Unamo-nos no combate contra o populismo!
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0 # SÓCRATES DE SANTIAGO 02-08-2017 19:00
Chamem o MAC-114 para ver esta reforma, ou seja, este "KALKU LOBU". Talvez se levante o tal movimento desta letargia gritante. Cadé o RONY e o ÉDER? E a TURMA TODA? Cadé a sociedade civil? Cadé o grupinho de S.Vicente? Este só sabe reivindicar contra Praia e Santiago? A CIDADANIA VERDADEIRA PRECISA-SE. E COM MÁXIMA URGÊNCIA.
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0 # Helena Fontes 27-07-2017 16:52
O povo gostaaaaaaaaaaaa de levar no lombo, pois não tem memória!
O que vivemos hoje, já Cabo Verde tinha vivido na década de 90 do século passado, no tempo do MpD!
Vota-se sem djobi pa ladu e pimbaaaaaaaaaaaa!
Só observo e como pipocas, dando risadas soltas e desgarradas!
Ka na ku mim!
P.S. Afinal o burro só aprende quando leva lombo nas costas e no bolso!
Pois é!
:P
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