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A Câmara Municipal da Praia está a auscultar os investigadores, historiadores, entidades ligadas à Pro-Praia e ao Ministério da Cultura, representantes das academias sediadas na Cidade da Praia e sociedade Civil para decidir se vai propor ou não a mudança da data de comemoração do Dia do Município à Assembleia Municipal.

Para um debate sobre a matéria, capaz de construir subsídios que vão ajudar a uma decisão, confirmando a actual ou fixando uma nova data representativa do Dia do Município, a autarquia reuniu hoje em mesa redonda nos Paços do Concelho, esses intervenientes.

A vila da Praia de Santa Maria, localizada no litoral sul da ilha de Santiago, surgiu em 1615, quando se deu o início do povoamento de um planalto situado perto de uma praia (praia de Santa Maria) que oferecia boas condições para navios.

Inicialmente utilizada como porto clandestino, a localidade foi progressivamente adquirindo características de uma vila com a gradual fuga das populações de Ribeira Grande, aquando do declínio desta última.

A vila foi crescendo, apesar dos inúmeros constrangimentos, na década de 1770 concretizou-se a definitiva transferência da capital da Colónia de Ribeira Grande para a Praia e as primeiras ruas ganharam um traçado urbano com as caraterísticas que ostentam ainda hoje.

A 29 de Abril de 1858 por decreto assinado pelo Visconde de Sá da Bandeira, ministro e secretário de Estado da Marinha e Ultramar, a Vila da Praia da ilha de Santiago de Cabo Verde seria elevada à categoria de cidade com a denominação de “Cidade da Praia de Santiago”.

Entretanto, o 19 de Maio de 1974 é a data apontada como aquela que terá sido a última das muitas batalhas travadas na Praia entre a tropa portuguesa e um grupo de munícipes, um facto tido como carregado de simbolismo de “resistência” da cidade capital, perante a autoridade colonial.

Neste sentido, foi tomada como mote, apesar da sua alusão a um momento específico da história da cidade capital, para se comemorar o Dia do Município da Praia, mas que não assinala o aniversário da cidade, como muitos pensam referir esta data.

Segundo o presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos, o encontro de hoje acontece em boa hora, porque no próximo ano comemora-se os 160 anos da Cidade da Praia, explicando que ainda se está em fase preliminar de auscultar a sociedade civil e que se chegar a conclusão da mudança da data a proposta será enviada para a Assembleia Municipal.

Comentários  

0 # Jorge Carvalho 14-10-2017 00:20
Devagar, devagarinho, o MPD vai passando uma esponja sobre a memória coletiva caboverdiana, sobretudo no que respeita à resistência anticolonial. Este é mais um passo para apagar da história de Cabo Verde o registo de um acto de resistência popular que teve impacto determinante no curso que levou à independência deste país. Para o MPD, onde se acolheram os que desejavam que Cabo Verde continuasse uma colónia portuguesa, tudo o que se relaciona com a luta pela independência de Cabo Verde é para descartar. Que ninguém se engane com esta treta de Mesa Redonda: o resultado já está à vista. O 19 de Maio vai sair do calendário e em sua substituição vai-se restaurar uma data histórica portuguesa ou a comemoração de algum feito heróico mpediano. E, perante o torpor ideológico que tomou conta do PAICV, tudo se vai passar na paz e com festival. Não tardará, começarão os ensaios para que deixemos de comemorar o 5 de Julho.
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0 # Margarida Da Silva 15-10-2017 01:08
Forte estranho kusa ...
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